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Autobiografia de Bert Hellinger

O livro Minha Vida, Minha Obra - uma Autobiografia de Bert Hellinger será lançado no Brasil ainda em 2019. Será seu último livro.

Abaixo, no vídeo, a leitura de trechos desse, realizada por Inácio Junqueira no 1° Congresso Internacional DNA da Constelação Familiar Hellinger que aconteceu de 6 a 9 de dezembro de 2018 em São Paulo.

Enquanto o livro não chega, desfrutemos os trechos!

Com minha autobiografia, dou início a uma viagem. Uma viagem que me conduz ao presente. O homem encontra a criança, a velhice encontra a juventude, o fim vindouro, o início.

Atravesso minha vida, que se fechará em um ciclo, e da qual, agora, ainda falta um último pedaço. Esse pedaço é o futuro, do qual me resta apenas um pouco.

Olho para ele sem melancolia, pois me foi concedido muito tempo. Um tempo próspero que me foi dado de presente para organizar, enquanto ele marcava seu passo. Com todos os acontecimentos e pessoas, com todos os conhecimentos e pensamentos.

Assim, olho para esse tempo hoje cheio de gratidão e humildade. Ele foi bom para mim.

No início de 2018, transferi todas as minhas atividades à minha mulher, Sophie. Entre elas, a Hellinger Schulle, bem como a minha editora, a Hellinger Publications, que fundei em 2006 e na qual desde então foram lançados a maioria de meus livros e também os de alguns autores.

Senti, já faz algum tempo que acompanho minha mulher, Sophie, não apenas na organização de nossas diversas tarefas, mas também no contínuo desenvolvimento da Constelação Familiar. Por exemplo, faz parte desse esforço seu reconhecimento da relação entre epigenética – a área de pesquisa da miologia mais entusiasmante do momento, e a constelação familiar.

Nesse meio-tempo, também deixei de ir a público nos lançamentos de livros, e Sophie, minha mulher, assumiu essa tarefa. Assim, esta autobiografia também poderia ser vista como minha última obra extensa.

”O que significa “pôr em ordem?” Significa que você vai pôr ordem de forma que possa ir embora sem que ninguém espere mais nada de você. Significa que vai ordenar tudo de forma que as coisas devam e possam continuar depois de você, porque você presenteou as outras pessoas com essas coisas, também para que elas possam continuar a existir. Ou seja, ponha em ordem de maneira que esse presente aos outros resista como um presente, sem que você ainda precise cuidar dele.

Ou seja, “Põe ordem!” significa que, sem você, essas coisas poderão continuar de forma que não pesarão sobre ninguém e garantirão as pessoas o espaço livre para assumir essas coisas e continua-las de maneira que as pessoas também possam assumi-las como algo próprio e continuar em sintonia com aquilo que também lhes fora presenteado e atribuído.”

“A casa em ordem permanece habitada, será habitada de novo. Existe porque é ordenada com amor, porque é ordenada com vistas para o futuro, ordenada para seguir a vida e o amor. Está ordenada e pronta para o novo que deve chegar.”

Quando olho para trás, para minha vida, uma felicidade profunda me preenche. Pude explorá-la em toda a sua plenitude. Pude ajudar milhões de pessoas em todo o mundo com minha constelação familiar. Diante dessa benção, faço uma reverência com profunda humildade.

E também diante da força que me foi dada para escrever mais de cem livros que foram traduzidos para 37 idiomas. Assim, meu trabalho recebeu reconhecimento em inúmeras honrarias.

Por exemplo, pela concessão do título de cidadão honorário da Cidade do México e do título de doutor em honoris causa pela Universidade de Colombo, no Sri Lanka, bem como pela universidade Cudec, no México. Também sou grato por tudo isso.

Sinto grande felicidade também porque meu estado de saúde, apesar da minha idade avançada, me permite acompanhar minha mulher, Sophie, no desenvolvimento contínuo da constelação familiar.

Embora eu não me apresente mais publicamente para poder desfrutar da tranquilidade necessária, consigo sim – com um sorrisinho no rosto – continuar ligado ao novo como “o velho”. Dessa forma, cada dia que me é concedido se transforma em um presente.

Quem tem seu fim em perspectiva, tem tempo. Deseja e planeja apenas o que seu fim lhe permite. Por isso essa pessoa permanece naquilo que está próximo, naquilo que surge no momento e cujo o fim é possível prever.

Depois disso, a pessoa olha para o próximo momento. Dessa forma, mantém a visão sobre aquilo que precisa ser feito e é possível fazer naquele momento.

Porém, meu fim ainda não chegou. Está apenas diante dos meus olhos. Diante dos meus olhos também está o tempo que ainda me resta. Principalmente para ele, o olhar se volta.

Diante do fim, o tempo que resta se torna precioso e essencial para mim. Eu o preencho em todos os sentidos. Para mim, se transforma em tempo preenchido.

Durante esse tempo, principalmente, não faço nenhum plano com vistas para além das fronteiras definidas por ele. Permaneço no razoável e no próximo, mas, ao mesmo tempo, com todas as forças, sem desperdiçá-lo com irrelevâncias.

Se também anseio pelo fim? Posso ansiar por ele? E o que acontece com o tempo que ainda me foi concedido? Eu ainda o aproveitarei?

O que acontece se o fim por mim ansiado e temido tardar? Quando finalmente ele chegar, será um fim pleno, chegará ao término de tempo completo, do tempo completamente vivido.

“Assim, olho para o fim sem caminhar em sua direção. Ele virá sozinho. Mas eu não o tenho. Ele simplesmente virá.”

Com o tempo que me resta é diferente. Eu o tenho agora, eu o tenho por inteiro.

No decorrer da minha vida, escrevi inúmeras histórias. São histórias quase meditativas, que levam a pessoa por um caminho e, quando a pessoa confia um trecho do caminho à condução dessas histórias, elas se realizam… ainda enquanto a pessoa as ouve.

Gostaria de me despedir de vocês com esta história:

A celebração Alguém começou uma caminhada e, quando olha para a frente vê ao longe a casa que lhe pertence. Caminha até lá e, quando chega, abre a porta e entra em uma sala preparada para uma celebração.

À tal celebração comparecem todos os que foram importantes em sua vida. E cada um que vem traz algo, fica um pouco – e parte. Assim, como vêm os desejos ou o sofrimento. Trazem alguma coisa, ficam um pouco – e partem. E também como a vida vem, nos traz alguma coisa, fica um pouco – e parte.

Então eles vêm para a celebração, todos com um presente especial pela qual aquele alguém pagou o preço integral de qualquer forma: a mãe, o pai, os irmãos, um dos avós, uma avó, o outro avô, a outra avó, os tios e as tias, todos os que abriram espaço para você, todos os que cuidaram de você, vizinhos talvez, amigos, professores, companheiro e companheira, filhos: todos os que foram importantes na sua vida e que ainda são importantes.

Depois da celebração, a pessoa fica, ricamente presenteada e ao seu lado ainda permanecem aqueles com quem lhe cabe ficar por mais tempo. Então, a pessoa vai até a janela e olha para fora, vê as casas brancas; nelas um dia também haverá uma celebração, e será essa pessoa que, por sua vez, levará alguma coisa, ficará um pouco e partirá.

Nós também estávamos em uma celebração, levamos algo e trouxemos algo. Ficamos pouco e partimos. Como? Plenos e ricos.

Bert Hellinger

Bert Hellinger

Autor desconhecido

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